Grupo Gema: A Venda

Obra processual que se desdobrou em três tempos:

“Anúncio”

em Feira de Santana

Este trabalho propôs a publicação de um anúncio em jornais de grande circulação em Feira de Santana, no dia da abertura do Salão de Artes Visuais da Fundação Cultural do Estado (11 de junho de 2010). O anúncio consistia na oferta e comercialização de um homem e uma mulher, conforme lay-out abaixo. Segundo o referido anúncio o homem e a mulher seriam mercantilizados e vendidos, naturalmente, como qualquer outro objeto de consumo em um mundo onde a informação, o desejo imediato e a realidade são mediados pela TV, publicidade, jornais, revistas, etc.

Fazendo parte da obra, foi implantada uma central de atendimento durante o Salão, através do número do telefone divulgado no próprio anúncio. As chamadas foram gravadas gerando um banco de informações sobre o assunto e disponibilizadas processualmente durante o evento por meio de uma secretária eletrônica. No mesmo local foi afixado o recorte do jornal do dia com o próprio anúncio.

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PRÊMIO DA FUNDAÇÃO CULTURAL DO ESTADO DA BAHIA

"Leilão"

em Jequié

O mesmo trabalho apresentado em Feira de Santana, sendo processual, continuou em Jequié, só que dentro de outra perspectiva. Numa roda popular em praça pública, um homem e uma mulher foram mercantilizados e vendidos da seguinte forma:

No dia da abertura do Salão de Jequié (09 de julho de 2010) um carro de som (veículo muito utilizado no interior da Bahia com o objetivo de difundir informações), convidou a comunidade para o grande Leilão que aconteceria em praça pública. Este convite se deu por todo a manhã, através da seguinte mensagem:

“Senhoras e senhores! Hoje ... Grande Leilão! Não perca! Às 11:00h serão vendidos um homem e uma mulher na Praça Ruy Barbosa, - Centro! Não falte! Aproveite e faça a sua oferta. Participe!”

Permaneceu durante o Salão o vídeo realizado durante a ação.

“Registro”

em Vitória da Conquista

Neste Salão foram apresentados os resultados encontrados no percurso da obra A VENDA - palavra polissêmica que além de indicar comercialização supõe também cegueira.

Imagens, áudios, recortes dos anúncios dos jornais e toda uma gama de índices, foram catalogados e apresentados em forma de vídeo, com duração de 05 min. Denominado “Registro” essa obra finaliza a série com duplo sentido: registro como documento do percurso e registro como oficialização da venda.

acesse o link abaixo e vaja o vídeo:
http://youtu.be/Dh-AUP_75UI

Concepção

Ara Santana, Edson Machado, George Lima, Jaci Santana, José Arcanjo, Leidi Kitai, Maristela Ribeiro, Rodolfo Pimenta, Silvio Portugal

Produção

George Lima, José Arcanjo, Leidi Gitai, Maristela Ribeiro, Silvio Portugal, Vitor Venas

Estes trabalhos foram selecionados e apresentados nos Salões Regionais de Arte da Fundação Cultural do Estado da Bahia

Ano: 2010

Apoio:

CUCA/UEFS

Universidade Estadual de Feira de Santana

GRUPO GEMA

Membros: Ara Santana, Edson Machado, George Lima, Leidi Kitai, Jacy Santana, José Arcanjo, Maristela Ribeiro, Mitsuyana, Rodolfo Pimenta, Silvio Portugal, Victor Venas.
Coordenação: Maristela Ribeiro

Contato: arte.gema@hotmail.com

Coletivo formado por artistas, estudantes e pesquisadores, que se propõe a operar procedimentos e intervenções, de modo investigativo e experimental, através de processos artísticos contemporâneos.

Criado em março de 2008 o Grupo GEMA foi idealizado para tornar presente o debate sobre a arte e a cultura contemporânea. Surgiu abrindo um espaço de diálogo entre artistas; tentando ampliar o intercâmbio de informações e experiências; e incentivando a discussão em torno das questões próprias da visualidade.

As proposições do grupo buscam instaurar uma plataforma de ação, realizando uma série de atividades fortemente marcadas por reflexões críticas e atuações dilatadas para articular a difusão de idéias, como um laboratório de ação coletiva.

A primeira fase da pesquisa, desenvolvida entre os meses de março e junho de 2008, caracterizou-se pela realização de atividades de estudo, viagens culturais e visitas a instituições afins, além de encontros temáticos não-lineares, abertos à participação da comunidade – a exemplo de palestras, mesas-redondas e workshops –, promovidos pela coordenação do grupo com o apoio do Centro de Cultura e Arte (CUCA) da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS) onde, até a presente data, ocorrem as reuniões semanais, computando-se, a presença de grande público. Essa etapa foi marcada, principalmente, pela interlocução dos membros do Grupo Gema com artistas visuais brasileiros e estrangeiros, professores, curadores, teóricos, críticos, marchands e produtores, tendo sido apresentados, sobretudo, práticas e discursos produzidos em diferentes campos do conhecimento no âmbito das artes visuais.

A segunda e a terceira fase, realizadas a partir do 2° semestre de 2008, interpenetram-se. Formou-se um banco de imagens visuais sobre a cidade e o seu entorno, resultante de uma coleta de dados realizada pelo método da deriva*, em atrelamento com reflexões sobre os eixos temáticos apontados pelo grupo, cuja proposta prevê, além da experimentação das proposições criadas coletivamente, sua posterior aplicação em ambiente público.

O Grupo Gema propõe outras formas de relação indivíduo/cotidiano/cidade e, conseqüentemente, outras formas de intervenção artística no espaço urbano. Busca evidenciar através de suas práticas artísticas a conexão entre local e global.

Feira de Santana, principal espaço de questionamento e experimentação do grupo, possui singularidades que a tornam paradoxalmente eclética, - todas as evidências e sutilezas do patrimônio material e imaterial, o fluxo de pessoas, as modificações visíveis e invisíveis desse espaço possuem conexões com centenas de outros locais do planeta. Longe de propor soluções ou apenas expor problemas presentes no contexto real e simbólico da cidade, o Grupo Gema procura oferecer significados sensíveis para todos aqueles que se deparam com as suas intervenções.

*A Teoria da Deriva é da autoria do pensador situacionista Guy Deboard. Em linhas gerais e a grosso modo, a deriva, técnica de andar sem rumo, é uma forma de estudo do espaço urbano.

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